As faces das árvores
As árvores não têm faces
Mas quando as olho…
E olho em profundidade
À distância de alguns metros…
Vejo faces, vejo olhos, vejo bocas,
Vejo narizes,
Vejo também barbas e caras rapadas
Cabelos compridos ou curtos
Não faces como a minha,
Não têm uma linhagem definida
Mas preencho-lhes o rosto, magro, gordo,
Fino, espesso…
Não são umas faces quaisquer
São faces que vislumbro
Que me vêm aos sentidos
E delas retiro o sentido e a forma.
Vejo alegria nas faces,
Vejo dureza e também tristeza.
Dizem que é sensibilidade!
Mas fico tão feliz
Quando vejo estas coisas…
Sei que é a minha fantasia
Que me faz ver, a alegria e tristeza
Mas tudo isto me dá uma grandeza.
Sei perfeitamente que as árvores,
São apenas árvores; que têm ramos, folhas, troncos, raízes.
Comparo-as às pessoas, que tem cabeça, braços, pernas,
Pés e tronco.
Faço a interpretação de todas as figurações
E refaço o que o espírito me realça.
Essas significações fazem-me ver
AS Diferenças do Mundo.
Cidália Rodrigues
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