terça-feira, 30 de agosto de 2016

Sou mulher do campo



Sou mulher do campo
Trago comigo
A forma das folhas do trevo.
Atrevo-me a dizer
Que dou passos na cidade
Mas não me perco
Entre o betão armado
E os grandes edifícios.
Sou mulher do campo
Onde se vê os campos renovar
E o Sol a e Lua enamorar.
Tenho a forma da folha do trevo
Enraizada na história que vou conhecendo
Nascida no ardor do campo
Onde a vida foi crescendo.



Cidália Rodrigues

domingo, 28 de agosto de 2016

Falta de amor



Essa falta de amor
Que se vê na atitude
Que deixam os velhos
Abandonados ao sabor do sofrimento
Caídos no desespero
De terem que abandonar o leito
Onde tiveram sonhos e desventura
E agora terem de enfrentar um novo mundo
Que nem mesmo na juventude
Tiveram oportunidade de conhecerem
Que tristeza, que desconsolo

No fim da vida que deveriam ter paz e algum conforto
Levam-nos de passeio
Fazendo-os pernoitar até a morte chegar
Em hotéis de baixa classe
Que tristeza que desconsolo
Onde está o amor ao pai, à mãe
Que toda a vida trabalharam
Para os filhos
Deram o que tinham de melhor
Muitos foram tratados como se tivessem
Nascido em palácios
Hoje pobres velhos que sem poder de escolha
Embarcam na dor de não ter o amor
Daqueles que cuidaram

É assim a falta de amor,
Porque quem amo cuida e não descuida.


Cidália Rodrigues

sábado, 27 de agosto de 2016

MInha alma



Minha alma transtornada,
Dias tens de alegria,
Outros de melancolia.
Trazes-me em alvoroço
Quando te ouço.
Se é a vida que já me cansa.
Se é vontade de louca de mudança.
Estar aqui olhar
E ter vontade de voar.
Mas as asas não têm força
Para um voo alado,
Para que possa partir para outro lado.


Cidália Rodrigues

O mar

Quando o mar beija a terra
tudo renova, tudo tem outro sentido,
calma, serenidade, ideia de Paraíso.

Cidália Rodrigues

quinta-feira, 25 de agosto de 2016

O Homem



O Homem quando é novo
É glorioso, vive momentos admiráveis
É um herói, batem-lhe palmas,
Tem muitos amigos,
Tem uma alma enorme.
Vai envelhecendo,
Vai perdendo os amigos.
Envelhece, vive só,
Quando mais precisa,
Ninguém o conhece
Todos o esquecem.



Cidália Rodrigues

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Para meu pai



Fizera Deus
Nascer do teu sémen
E ter-me tornado
O Sol da tua vida.
Partiste era bem menina.
Sem teu colo cresci.
Cresci e hoje estou aqui
Lembrando-te.
Porque sem ti
Não teria nascido.
Todo o sentimento que tenho pela Vida a ti o devo .
Obrigada Pai, pelos genes que me destes,
Tua sensibilidade, o teu amor que em mim viveu
No teu caminho sigo os meus passos
Um dia no eterno te encontrarei
Naturalmente irei abraçar-te
Como nunca me lembro de o ter feito.
Obrigada Pai, sinto-me grata por ter vindo de ti.


Cidália Rodrigues