quinta-feira, 30 de junho de 2016

Manto Celestial



Pela manhã quando o Sol não aparece
Todo o Céu azul se esconde
Por de trás de uma grande cortina
Faz-me esquecer daquele Espaço
Que tanto me deslumbra
Trazendo a penumbra
De tudo o que me confunde
Neste Teatro Terreno
Onde sou espectadora
E outras vezes actriz
Deste teatro onde a Vida é Real
E que onde se aguarda por um Manto Celestial



Cidália Rodrigues

quarta-feira, 29 de junho de 2016

Os meus olhos tristes



Os meus olhos ficam tristes

Ao ver gente

Que tudo faz pela vida

Passando horas e horas à espreita

Metidas no seu negócio

À espera que alguém entre

Para uma compra fazerem

Para ganharem algum dinheiro

Para terem que comer

É triste, é desconsolo

Este mundo não tem jeito

Uns arranjam-se com todo o luxo

E os outros rasgam-se à procura

De qualquer coisa de justo


Cidália Rodrigues

terça-feira, 28 de junho de 2016

Tenho a poesia como minha companheira



Tenho a poesia como minha companheira
A qualquer hora do dia
Quando me ocorre em hora menos esperada
Aparece-me de manhã, ao meio-dia
E à noite em suaves dias
Ou até em dias tristes
E como fico contente
De ela vir sem me dizer nada
Pois fico exaltada
Porque vem pela calada
E levanta-me a alma
Que vive perturbada
Por ver tanto desengano
Em toda rua onde ela passa 


Cidália Rdorigues

segunda-feira, 27 de junho de 2016

Amar

Amar com sentimento é amar eternamente

Só não ama quem não sente

O que é amor realmente!


Cidália Rodrigues

domingo, 26 de junho de 2016

Velhinha



Com o nariz a chegar ao chão
E de enxada na mão
Vivia a triste velhinha
Não desistia da vida
Porque o campo lhe dava alegria
Assim vivia
Já muito curvada
Mas não largava a enxada
Porque era ela que lhe dava o pão
E vivia na ilusão
Que a enxada lhe prolongava a vida


Cidália Rodrigues

sábado, 25 de junho de 2016

Mulher



Mulher

Isabel era criança
Colega de carteira
Da classe primeira
A vida não lhe sorriu
Ainda bem pequenina
Teve de cuidar da mãe
Dos seus irmãos também
         Tinha que fazer fogueira
         Os cavacos apanhar
E sempre correr…
Pôr o lume arder
Para a panela fazer ferver
Para a sopa poder comer

Isabel, Grande Mãe
Grande Mulher
Em criança ser Mulher
Cuidar da mãe
Da avó e da casa também
Isabel, Isabel
Não és única nem primeira
Que à vida te fizeste
Os teus filhos pariste
Sem vergonha e sem rancor
Ao campo deste Amor
De enxada sempre na mão
Sempre pronta a puxar a terra
A fazer a cavadela
Para as couves plantar
As batatas semear
Para a sopa poderes comer
À noite no teu recanto

Sem tempo para cresceres
Sem tempo para aprenderes

És uma criança Mulher
Apenas tiveste tempo
Para seres
Uma Grandiosa Mulher


Cidália Rodrigues