sexta-feira, 30 de junho de 2017

Deslizam



Deslizam as nuvens com o vento

Como a água fluente

Que vem do fundo da nascente

Água branca corrente

Brancas nuvens ao vento

Ausentam-se

Perdendo-se para sempre

Não voltam as mesmas nuvens

Não volta a mesma água à nascente
assim são as palavras
quando se lançam ao vento 
assim é a vida
quando se vive os momentos 




Cidália Rodrigues

terça-feira, 27 de junho de 2017

Olhos de criança

Olhos de criança
Com esperança
Abertos
à descoberta
Brilhantes
Pensantes
Olhos de criança
Despertos
à descoberta



Cidália Rodrigues

domingo, 25 de junho de 2017

Calceteiros



 Calceteiros

Sem domingo nem feriado
Vão passando um mau bocado
Ali andam de corpo debruçado
Sobre o chão que vão calcetando
Assim vão ganhando o pão
E o pó vão acalmando
Pedra a pedra
os passeios vão formando
Usam a arte de partir pedra
Na sua forma triangular
Para isso usam martelo
Para a poderem nivelar
Para a colocar no seu devido lugar
Lá os vejo acocorados
No passeio além mercado
Mesmo ali ao lado
Da estrada movimentada
Que vai da Figueira da Foz a Leiria
Neste lugar, pequena vila que tem por nome Guia

sexta-feira, 23 de junho de 2017

quarta-feira, 21 de junho de 2017

Só a poesia


Só a poesia me abre a janela

Me solta, me liberta

Só por ela vem o ar puro

Puro o ar, puro o olhar

Só a poesia me faz enxergar

e ver tudo como olhos de chorar

só a poesia me abre a janela

liberta perfume, a calma a alma

tudo é tão leve

quando a poesia se expressa

sem pressa, 
sem prisão,

leve é o bater de coração


Cidália Rodrigues

domingo, 18 de junho de 2017

Folhas verdes

Folhas verdes
de verdes ramos
trazem à ideia os verdes anos
anos de esperança
doces quimeras
vividos na primavera
Ai, primavera da vida
o teu tempo já lá vai

vem entretanto o verão
que é a minha estação

estação do fruto criado, 
amadurecido
é tempo o colher
mais tarde irá renascer
 o fruto acabado de recolher


Cidália Rodrigues

quinta-feira, 15 de junho de 2017

Água que baila



Baila a água nos teus olhos
Sem ela não vês
Baila a água em teu corpo
Sem ela o teu corpo não dança
Baila a água nos teus pés
Sem ela não andas
Baila a água em tuas mãos
Sem ela não trabalhas
Baila a água na tua vida
Sem ela não tens vida
Sem água não há letras
Nem palavras, nem acção
A água é vida pura
Que rega teu coração
A água dança e que faz brilhar
O que na tua alma brilha
A água da tua vida
É água doce e cristalina
Que veio da nascente
Que te deu a tua própria vida


Cidália rodrigues

Dar perfume


quisera ser flor de jardim
para o embelezar
dar perfume
dar alegria
dar a cor ao olhar
ó, quisera ser flor de jardim
para engrandecer a alegria
quando passasses por mim
sentisses a vontade de sorrir
quando olhasses para mim

 Ccidália Rodrigues

Livro das palavras



Abri o livro das palavras
Tão pobres e simples que eram
Palavras, palavras
Das simples que me fizeram
Foi no livro das palavras
Que me revi
Olhei, li e descobri
Que o mais lindo e mais belo
Se encontra nas palavras singelas
Olhar, tactear, cheirar, amar,
Descobrir, sorrir,
Pensar,
Viver e sonhar
Esquecer o verbo complicar
Palavras simples de encantar
Palavras simples e contemplar
Palavras do livro das palavras
Para sempre me acompanhar


Cidália Rodrigues

sábado, 10 de junho de 2017

Magnólia

Magnólia

florida

Colorida

Natural

parece pintada,
pincelada
mas não é,

Magnólia, 
falada nos "Maias" de Eça de Queirós


Cidália Rodrigues

Sem forças

Sem forças
quebradas
as braças
caídas

são ramos partidos
pelo tempo, vencidos.

já velhos

os ramos caídos
partidos
sem forças

Cidália Rodrigues

Em cada dia



O dia é novo
É novo o dia
Vestido de novo
Lá vem o dia
O dia é novo
Em cada dia
Casas pintadas
Searas floridas
O dia é novo
É novo o dia
Veste-se de cor
De cor aguerrida
O dia é novo
É novo o dia
Vestido de novo
Lá vem o dia
É na idade
Que se vê o dia
Em cada dia a novidade
É na presença a suavidade
Do novo dia
O dia é novo
Nasce o dia
Vestido de novo
Lá vem o dia



Cidália Rodrigues