Quantos são os
idosos que vivem sozinhos, sem uma palavra de conforto, sem uma troca de um
olhar, sem uma afago de mão. Sozinhos nas mãos de Deus, protegidos por Ele,
resistem à solidão. Nem um filho, nem um neto, nem um amigo se lhe dirige para
um aperto de mão, um abraço. Solidão, tão dura. Tanto fizeram pela vida, com
sorte ou sem ela engrandeceram, fizeram crescer o mundo. Quando já velhos, não
interessam, isolados, por vezes mal tratados, por gente ignorante, imbecil, sem
respeito, sem amor. Velhos de hoje, exemplos de vida, de generosidade, de
dádiva. Amanhã ou depois de amanhã quem os abandona, serão também velhos, que
velhos irão ser? Se hoje desprezam os seus, atiram-nos como se fossem lixo,
quando deles nasceram, serão também lixo? Não se vêem, não se reconhecem, talvez
um dia se lembrem das suas fraquezas e aí talvez, venha a razão dizer-lhe, hoje
tens o que fizeste, desprezaste, maltrataste, és fruto do
lixo que produziste.
Cidália Rodrigues
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