Exageros dos exageros
São as dores dos cotovelos
Anda por aí tanta aldrabice
Por um lugar de cobiça
Gente à farta
A usar gravata
Em fatiotas luzentes
Em fotografias ridentes
São cartazes persistentes
Tanta farsa
Tudo quer ir à praça
Mostrar a ousadia
Para serem presidentes por um dia
Gente com dinheiro
Que não gasta no padeiro
Não vai ao sapateiro
Leva tudo de graça
Guardando o seu dinheiro
Num grande mealheiro
O povo anda cansado
De olhar esgazeado
Por ter uma vida sem miga
Anda de barriga encolhida
Já não sabe o que fazer
Se pedir
Se roubar
Anda esta malta a gastar
O pão do pobrezito
Isto é coisa de malfadado
Tudo anda à procura
De grande mesura
Tudo quer ser bem tratado
À custa do desgraçado
Sem nunca terem trabalhado
Vem à praça
Por engano
Uma vez no ano
Não sabem o que lá se passa
Tudo lhes passa à vista
Agora que está na moda
Vão para tudo quanto é lado
Em cartazes enfatuados
Em carros engalanados
Para ver se conquistam
Um tal cargo de cobiça
Cidália Rodrigues
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