Brancura dos dias
Já perdi o conto das palavras que
escrevi. Todas elas me deram a força para avançar e seguir em frente, porque só
desse modo fazia sentido viver a vida.
Percebi, que, a escrita era a minha
companhia em dias de incertezas, porque tudo é incerto. Agora estamos aqui, mas
logo, o lugar pode ser outro.
Pela escrita, compreendi os dias
que vivi. Agora que volto à leitura daquilo que escrevi, reparo que a minha alma
está mais leve.
A brancura dos dias, trouxe-me a
transparência e a lucidez. Por isso na minha escrita há água clara, terra
lavrada, vejo as sementes que deram fruto. É este o barulho que ouço. O sussurro
das águas que se movem e nelas vejo o transporte da vontade de crescer. Crescer,
apenas crescer. Ver as flores e sentir-lhes o cheiro, perfume que se liberta e
se expande, entranhando-se na leveza do SER.
06/01/2018
Cidália Rodrigues
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