domingo, 5 de novembro de 2017

Por ironia



Por ironia

Sempre fui de campo
E não de cidade
Sempre evitei correrias
Canseiras de filas de espera
Sempre procurei a alegria
Em conviver com a simplicidade
Por ironia
Por necessidade de um salgado pão
Tive que deixar a oitenta porcento a vida do campo
Onde tudo é mais calmo, mais sereno
Não vejo o sol brilhar
Nem o vento passar
Ao passar doze horas fechada
Entre paredes sem cor
Tudo por um naco de pão
Que me mantém presa
A uma vida sem tempo para comungar
Com tudo o que mais exemplar
Simplicidade,
Dignidade
A pureza do respirar
E a beleza dos campos
Sempre a renovar



Cidália Rodrigues


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